Entre o consultório e o terreiro: mediações, ruídos e silenciamentos nos itinerários terapêuticos de adeptos do candomblé
DOI:
https://doi.org/10.29397/reciis.v10i1.955Palavras-chave:
Candomblé, Religião e ciência, Saúde Coletiva, Cobertura de serviços de saúde, Relação médico-paciente, Entrevista, Conhecimento, Itinerário terapêutico.Resumo
O presente artigo tem por objetivo discutir os aspectos infocomunicacionais concernentes à relação que adeptos do candomblé estabelecem com serviços de saúde públicos e privados. A metodologia centrouse na realização de onze entrevistas semiestruturadas com iniciados e não-iniciados (mas participantes do terreiro), baseadas na aplicação do instrumento McGill MINI Narrativa de Adoecimento. Os dados coletados foram submetidos à análise de conteúdo. Verificaram-se significativa valorização dos serviços médicos e formas peculiares de apropriação do discurso dos especialistas por parte dos entrevistados. No entanto, sua busca por atendimento nesses espaços é marcada por relações por vezes negligentes e que menosprezam o sofrimento descrito pelo usuário e sua perspectiva religiosa. Assim, parece importante abrir condições de possibilidade para que essa dimensão seja abordada não como um diagnóstico, mas como um fator intrínseco à experiência de sofrimento, que deve ser alvo de reconhecimento por parte do profissional de saúde.
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