Desinformação versus democracia: as relações do jornalismo, da ciência e da saúde na promoção de uma vida democrática
DOI:
https://doi.org/10.29397/reciis.v16i2.3347Palavras-chave:
Comunicação, Informação, Mídia, Redes sociais, Portugal.Resumo
Em entrevista à Reciis, João Figueira comenta sobre a sua atuação, por mais de 20 anos, como jornalista em alguns dos principais jornais portugueses e sobre a sua trajetória de pesquisa, considerando-a como um prolongamento e uma paixão pelo jornalismo. O pesquisador discorre sobre uma questão que, categoricamente, afirma não ser nova: a desinformação. No entanto, especifica-a, na contemporaneidade, considerando a maneira como a desinformação circula, dada a emergência e a afirmação das redes sociais on-line. Os conteúdos se disseminam mais velozes e fragmentários por uma economia das emoções. Valores e crenças se sobrepõem à evidência. João Figueira analisa que a prática jornalística tem seguido a mesma dinâmica das redes sociais on-line, perdendo a sua importância e fazendo-o questionar: “Por que as pessoas querem as notícias? Qual a importância das notícias nas vidas das pessoas?”. O jornalismo, a saúde e a pesquisa científica estão fortemente atrelados a governos democráticos. Esse é o grande desafio que o mundo contemporâneo nos coloca: uma vida democrática. João Figueira é professor de Jornalismo na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
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