Dossiê Comunicação, Saúde e Crises Globais (v.14, n.4) out-dez 2020

2020-07-17

Ao longo do tempo, a saúde tem sido palco de diversas crises globais. O advento de pandemias tem potencializado tensões societárias já existentes, impactando negativamente arranjos políticos frágeis, políticas públicas ineficazes, economias instáveis, desigualdades sociais e condições de vida precarizadas.

Enquanto os vírus se espalham rapidamente por regiões geograficamente dispersas do mundo, os processos comunicacionais relacionados à saúde, doenças e cuidados assumem papéis fundamentais na construção social de representações, identidades e subjetivações. Ademais, os discursos midiáticos sobre as crises globais configuradas nos diferentes contextos pandêmicos evidenciam os arranjos capitalistas, regimes de moralidade, políticas de normalização de corpos e processos de disputas pela verdade em torno da ciência.

Nas sociedades contemporâneas, as mídias se tornaram espaços fundamentais na construção social de crises e instabilidades. Considerando especificamente os contextos e especificidades de diferentes pandemias, como a gripe espanhola, o HIV-Aids, o ebola, a gripe aviária, a Influenza H1N1 e, mais recentemente, a Covid-19, podemos refletir de que maneiras as ameaças e consequências de doenças infecciosas propagadas em escala mundial têm sido articuladas por discursos midiáticos para a representação de pandemias como lócus de crises sanitárias, (bio)políticas, institucionais, econômicas, sociais e culturais.

A partir de abordagens que envolvam os estudos da comunicação e informação em saúde, serão privilegiadas propostas de artigos originais relacionadas a resultados de pesquisas científicas que analisem contextos de crise, sejam endêmicos, epidêmicos ou pandêmicos, considerando os seguintes eixos temáticos: 

  • as configurações comunicacionais das crises globais em saúde;
  • as narrativas midiáticas na construção social das epidemias e das pandemias;
  • as disputas em torno da verdade sobre a ciência: pós-verdade, desinformação, desconhecimento, fatos alternativos e fake news;
  • os processos de politização da saúde e da ciência;
  • as representações midiáticas da identidade e da diferença nos processos de moralização da saúde;
  • os pânicos morais sanitários e as regulações de indivíduos e populações;
  • a estigmatização de grupos sociais, a regulação de hábitos e a normalização dos corpos;
  • as formas de comunicação nos processos de resistência articulados por grupos sociais estigmatizados;
  • as políticas e as estratégias de comunicação e informação na gestão de crises; 
  • as articulações entre comunicação, informação e educação na prevenção e no controle de crises sanitárias;
  • a informação científica e tecnológica em saúde como forma estratégica de produção de conhecimento;
  • o acesso à informação e a informação epidemiológica em saúde em contextos de crise. 

Editores convidados: Ravindra Kumar Vemula (English and Foreign Languages University) e Allan Santos (UFRJ).

Prazo de submissão de artigo: até 08 de setembro de 2020.

Publicação: até dezembro de 2020.

Ao submeter o trabalho, informe em “comentários para o editor” o dossiê a qual ele se refere.

 

Communication, Health and Global Crisis Dossier (v.14, i.4) Oct-Dec 2020

Over time, health has been the scene of several global crises. The advent of pandemics has increased existing social tensions, negatively impacting fragile political arrangements, ineffective public policies, unstable economies, social inequalities and precarious living conditions.

While viruses spread rapidly across geographically dispersed regions of the world, communicational processes related to health, disease and care assume fundamental roles in the social construction of representations, identities and subjectivations. Furthermore, media speeches about global crises configured in different pandemic contexts show capitalist arrangements, morality regimes, policies for normalizing bodies and processes of disputes for the truth around science.

In contemporary societies, the media have become fundamental spaces in the social construction of crises and instabilities. Specifically considering the contexts and specificities of different pandemics, such as the Spanish flu, HIV-AIDS, Ebola, avian influenza, H1N1 influenza and, more recently, Covid-19, we can reflect in what ways the threats and consequences of  Infectious diseases spread worldwide have been articulated by media discourses for the representation of pandemics as the locus of health, (bio) political, institutional, economic, social and cultural crises.

Based on approaches involving the study of communication and health information, proposals for original articles related to the results of scientific research that analyze contexts of crisis, whether endemic, epidemic or pandemic, will be privileged, considering the following thematic axes:

- the communicational configurations of global health crises;

- media narratives in the social construction of epidemics and pandemics;

- disputes over the truth about science: post-truth, misinformation, ignorance, alternative facts and fake news;

 - the processes of politicization of health and science;

 - media representations of identity and difference in health moralization processes;

- moral sanitary panics and the regulation of individuals and populations;

 - the stigmatization of social groups, the regulation of habits and the normalization of bodies;

 - the forms of communication in the resistance processes articulated by stigmatized social groups;

 - communication and information policies and strategies in crisis management;

 - the links between communication, information and education in the prevention and control of health crises;

 - scientific and technological health information as a strategic form of knowledge production;

 - access to information and epidemiological information on health in contexts of crisis.

 

Guest editors: Ravindra Kumar Vemula (English and Foreign Languages University) and Allan Santos (UFRJ).

Deadline for submission of articles: September 08, 2020.

Publication: by December 2020.

When submitting the paper, inform in “comments for the editor” the dossier to which it refers to.

 

 

Dossier de Comunicación, Salud y Crisis Global (v.14, n.4) Oct-Dic 2020

Con el tiempo, la salud ha sido escenario de varias crisis mundiales. El advenimiento de las pandemias ha aumentado las tensiones sociales existentes, impactando negativamente los arreglos políticos frágiles, las políticas públicas ineficaces, las economías inestables, las desigualdades sociales y las condiciones de vida precarias.

Mientras que los virus se propagan rápidamente a través de regiones geográficamente dispersas del mundo, los procesos de comunicación relacionados con la salud, la enfermedad y la atención asumen roles fundamentales en la construcción social de representaciones, identidades y subjetivaciones. Además, los discursos de los medios sobre las crisis mundiales configuradas en diferentes contextos de pandemia muestran arreglos capitalistas, regímenes morales, políticas para normalizar cuerpos y procesos de disputas sobre la verdad en torno a la ciencia.

En las sociedades contemporáneas, los medios se han convertido en espacios fundamentales en la construcción social de crisis e inestabilidades. Considerando específicamente los contextos y las especificidades de las diferentes pandemias, como la gripe española, el VIH-SIDA, el Ébola, la gripe aviar, la gripe H1N1 y, más recientemente, Covid-19, podemos reflexionar de qué manera las amenazas y las consecuencias de Las enfermedades infecciosas diseminadas por todo el mundo han sido articuladas por discursos mediáticos para la representación de pandemias como el lugar de crisis sanitarias, (bio) políticas, institucionales, económicas, sociales y culturales.

Con base en enfoques que involucren el estudio de la información sobre comunicación y salud, se privilegiarán las propuestas de artículos originales relacionados con los resultados de la investigación científica que analicen contextos de crisis, ya sean endémicos, epidémicos o pandémicos, considerando los siguientes ejes temáticos:

• las configuraciones comunicacionales de las crisis mundiales de salud;

• narrativas mediáticas en la construcción social de epidemias y pandemias;

• disputas sobre la verdad sobre la ciencia: post-verdad, desinformación, ignorancia, hechos alternativos y noticias falsas;

• los procesos de politización de la salud y la ciencia;

• representaciones mediáticas de identidad y diferencia en los procesos de moralización de la salud;

• pánico sanitario moral y las regulaciones de individuos y poblaciones;

• la estigmatización de los grupos sociales, la regulación de los hábitos y la normalización de los cuerpos;

• las formas de comunicación en los procesos de resistencia articulados por grupos sociales estigmatizados;

• políticas y estrategias de comunicación e información en gestión de crisis;

• los vínculos entre comunicación, información y educación en la prevención y el control de las crisis de salud;

• información científica y tecnológica en salud como forma estratégica de producción de conocimiento;

• acceso a información e información epidemiológica de salud en contextos de crisis.

 

Editores invitados: Ravindra Kumar Vemula (English and Foreign Languages University) y Allan Santos (UFRJ).

Plazo de presentación de artículos: hasta el 8 de septiembre de 2020.

Publicación: hasta diciembre de 2020.

 

Al enviar el trabajo, informe en “comentarios para el editor” el dossier al que se refiere.