Regimes de imagem e poder simbólico: notas sobre algumas concepções de entrevista em disputa
DOI:
https://doi.org/10.3395/reciis.v5i2.526Palavras-chave:
entrevista, audiovisual, memória, HolocaustoResumo
Este artigo tem como objetivo refletir sobre duas experiências norte-americanas de pesquisa que utilizaram o vídeo como um importante instrumento de coleta de dados: o Arquivo Fortunoff (Yale) e o Instituto Fundação Shoah (USC). Embora tivessem metas semelhantes - constituir um acervo de depoimentos de vítimas do nazismo -, estas instituições apresentavam discordâncias quanto à condução dos trabalhos, tais como: qual o local mais adequado para a filmagem? Quem poderia estar presente? Como e em que medida deveria ser registrada a presença do entrevistador? Que "estética" deveria ter a cena apresentada? Como estabelecer a temporalidade da entrevista (cronologia dos acontecimentos, subjetividade do entrevistado) e como isto se traduzia no que era mostrado no vídeo? Estas perguntas, aparentemente circunscritas ao contexto imediato da pesquisa, colocavam em jogo questões mais profundas como a disputa pelo poder simbólico, traduzida pela afirmação de certa imagem pública do chamado "sobrevivente do Holocausto", pela luta entre diferentes visões sobre a guerra e entre regimes de autenticidade. A dimensão da visualidade era um aspecto central, demonstrando a importância de se refletir sobre os regimes de imagem na pesquisaDownloads
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