Aprender e ensinar de modo circular e não totalitário: ensaios em etnoeducação com quilombolas na região amazônica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29397/reciis.v17i4.3790

Palavras-chave:

Etnoeducação, Ser coletivo, Quilombo, Aprender e ensinar, Oriximiná – PA

Resumo

Pretendemos discutir a experiência em etnoeducação que construímos junto à escola Nossa Senhora da Aparecida, situada na comunidade quilombola Boa Vista do Cuminã, na região de Oriximiná (PA). Partimos do histórico de um grupo de extensão, pesquisa e intervenção em etnoeducação da Universidade Federal Fluminense, que ao longo de oito anos desenvolveu experiências de formação coletiva de múltiplos educadores. A etnoeducação se inspira na etnografia como metodologia de ativação de dispositivos comunitários e coletivos de ensinar e aprender com. Nesse processo, a transdisciplinaridade rompe posições hierárquicas e disciplinares dos espaços de ensinar e aprender na “escola”, na vida comunitária, e impulsiona o protagonismo das “agências”, individuais e coletivas, em jogo nessas ações de etnoeducação. Buscaremos, no final deste artigo, relatar uma experiência coletiva de ensino e aprendizagem na comunidade quilombola de Boa Vista Cuminã.

Biografia do Autor

Johnny Menezes Alvarez, Universidade Federal Fluminense, Instituto de Psicologia. Niterói, RJ, Brasil.

Doutorado em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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Publicado

15-12-2023

Como Citar

Alvarez, J. M. (2023). Aprender e ensinar de modo circular e não totalitário: ensaios em etnoeducação com quilombolas na região amazônica. Revista Eletrônica De Comunicação, Informação & Inovação Em Saúde, 17(4), 800–814. https://doi.org/10.29397/reciis.v17i4.3790

Edição

Seção

Dossiê O povo da rua: saúde, políticas públicas e comunicação