Aprender e ensinar de modo circular e não totalitário: ensaios em etnoeducação com quilombolas na região amazônica
DOI :
https://doi.org/10.29397/reciis.v17i4.3790Mots-clés :
Etnoeducação, Ser coletivo, Quilombo, Aprender e ensinar, Oriximiná – PARésumé
Pretendemos discutir a experiência em etnoeducação que construímos junto à escola Nossa Senhora da Aparecida, situada na comunidade quilombola Boa Vista do Cuminã, na região de Oriximiná (PA). Partimos do histórico de um grupo de extensão, pesquisa e intervenção em etnoeducação da Universidade Federal Fluminense, que ao longo de oito anos desenvolveu experiências de formação coletiva de múltiplos educadores. A etnoeducação se inspira na etnografia como metodologia de ativação de dispositivos comunitários e coletivos de ensinar e aprender com. Nesse processo, a transdisciplinaridade rompe posições hierárquicas e disciplinares dos espaços de ensinar e aprender na “escola”, na vida comunitária, e impulsiona o protagonismo das “agências”, individuais e coletivas, em jogo nessas ações de etnoeducação. Buscaremos, no final deste artigo, relatar uma experiência coletiva de ensino e aprendizagem na comunidade quilombola de Boa Vista Cuminã.
Références
ALVAREZ, Johnny. O aprendizado da capoeira angola como um cultivo na e da tradição. 227 f. 2007. Tese (Doutorado em Psicologia) – Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2007. Disponível em: https://xdocz.com.br/doc/o-aprendizado-da-capoeira-angola-como-um-cultivo-na-e-da-tradiao-johnny-menezes-alvarez-987711pegq8z. Acesso em: 6 nov. 2023.
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1992.
BENJAMIN, Walter. O narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In: BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução: Sérgio Paulo Rouanet. 7. ed. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1994. xx-xx. (Obras escolhidas, v. 1).
CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. 6. ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 1988.
CLASTRES, Pierre. A fala sagrada: mitos e cantos sagrados dos índios Guarani. Tradução: Nícia A. Bonatti. Campinas: Papirus, 1990.
FUNES, Eurípedes A. Comunidades mocambeiras do Trombetas. In: GRUPIONI, Denise Fajardo; ANDRADE, Lúcia M. M. de. (org.). Entre águas bravas e mansas: índios & quilombolas em Oriximiná. São Paulo: Comissão Pró-Índio de São Paulo: Iepé, 2015. p. 16-61. Disponível em: https://cpisp.org.br/wp-content/uploads/2016/09/CPISP_pdf_EntreAguasBravaseMansas.pdf. Acesso em: 7 nov. 2023.
GRUPIONI, Denise Fajardo; ANDRADE, Lúcia M. M. de. Apresentação. In: GRUPIONI, Denise Fajardo; ANDRADE, Lúcia M. M. de. (org.). Entre águas bravas e mansas: índios & quilombolas em Oriximiná. São Paulo: Comissão Pró-Índio de São Paulo; Iepé, 2015. p. 8-15. Disponível em: https://cpisp.org.br/wp-content/uploads/2016/09/CPISP_pdf_EntreAguasBravaseMansas.pdf. Acesso em: 7 nov. 2023.
MESTRE. In: FERNANDES, Francisco; LUFT, Celso Pedro; GUIMARÃES, F. Marques. Dicionário brasileiro Globo. 30. ed. São Paulo: Globo, 1993. p. 455.
PASSOS, Eduardo. A construção da clínica comum e as áreas profissionais. In: CAPOZZOLO, Angela Aparecida; CASETTO, Sidnei José; HENZ, Alexandre de Oliveira (orgs.). Clínica comum: itinerários de uma formação em saúde. São Paulo: Hucitec Editora, 2013. p. 213-228.
PASSOS, Eduardo; BARROS, Regina Benevides de. A cartografia como método de pesquisa-intervenção. In: PASSOS, Eduardo; KASTRUP, Virgínia; ESCÓSSIA, Liliana da. (orgs.). Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2009. p. 17-31.
RUSSI, Adriana; ROCHA, Gilmar (org.). Inventário do artesanato tradicional de Oriximiná: catálogo. Niterói: [s. n.], 2012.
SANTOS, Antônio Bispo dos. Colonização, quilombos: modos e significações. Brasília, DF: INCTI: UnB, 2015.
SAUMA, Julia Fratjtag. Ser coletivo, escolher individual: território, medo e família nos rios Erepecuru e Cuminã. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM CIÊNCIAS SOCIAIS, 33., 2009, Caxambu. Anais [...]. Caxambu, MG: Anpocs, 2009.
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF). Etnoeducação. Niterói: Universidade Federal Fluminense, c2023. Disponível em: http://patrimoniocultural.uff.br/etnoeducacao/. Acesso em: 6 nov. 2023.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Metafísicas canibais: elementos para uma antropologia pós-estrutural. São Paulo: Cosac Naify, 2015.
WEIL, Simone. O enraizamento. Bauru: EDUSC, 2001.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Johnny Menezes Alvarez 2023
Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d’Utilisation Commerciale 4.0 International.
Direitos de autor: O autor retém, sem restrições dos direitos sobre sua obra.
Direitos de reutilização: A Reciis adota a Licença Creative Commons, CC BY-NC atribuição não comercial conforme a Política de Acesso Aberto ao Conhecimento da Fundação Oswaldo Cruz. Com essa licença é permitido acessar, baixar (download), copiar, imprimir, compartilhar, reutilizar e distribuir os artigos, desde que para uso não comercial e com a citação da fonte, conferindo os devidos créditos de autoria e menção à Reciis. Nesses casos, nenhuma permissão é necessária por parte dos autores ou dos editores.
Direitos de depósito dos autores/autoarquivamento: Os autores são estimulados a realizarem o depósito em repositórios institucionais da versão publicada com o link do seu artigo na Reciis.