Estigmas do HIV/Aids: novas identidades e tratamentos em permanentes sistemas de exclusão
DOI:
https://doi.org/10.29397/reciis.v13i3.1922Palavras-chave:
HIV, Aids, Gênero, Sexualidade, Homossexualidade, Direitos humanos,Resumo
Nesta entrevista concedida à Reciis, Richard Parker discute sobre as configurações contemporâneas das identidades, dos movimentos LGBT e do combate ao HIV/aids a partir de um cenário histórico da década de 1980, quando por motivos pessoais e profissionais resolve se mudar para o Brasil e começa a desenvolver pesquisas sobre sexualidade. O pesquisador comenta que a globalização da sexualidade e a velocidade do mundo digital ampliaram as possiblidades e transformações das identidades LGBT, o que, contudo, não propiciou mudanças nos sistemas de exclusão, de desigualdades, de discriminação e de formação de estigmas desses sujeitos. No período de emergência da epidemia, Parker testemunhou e participou da construção de importantes organizações de apoio ao combate do HIV/aids no país e, hoje, propõe pensar em uma desconstrução do estigma desta infecção na interceccionalidade a partir dos estigmas das desigualdades sociais e de raça. Em relação à prevenção e tratamento, argumenta sobre a prevalência de uma abordagem biomédica de “testar e tratar” em detrimento de uma pedagogia da prevenção que reforça princípios de solidariedade e direitos humanos no compartilhamento e incorporação de saberes entre a ciência e a comunidade. Richard Parker é professor visitante sênior do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (Iesc) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professor titular emérito da Universidade de Columbia.
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