A presença de oscilações no enquadramento midiático e de interpretações fragmentadas na cobertura do consumo de crack
DOI:
https://doi.org/10.29397/reciis.v14i2.1912Palavras-chave:
Enquadramento midiático, Consumo do crack, Interpretações fragmentadas, Telejornalismo, Jornal Nacional.Resumo
O estudo que fundamenta este artigo parte das premissas de que o Jornal Nacional da Rede Globo é um jornal de referência e de grande audiência, e de que a imprensa, ao enfocar determinado assunto, e apresentar um enquadramento específio para tal tema – no caso, o consumo do crack e as consequências sociais desse consumo – inflencia, de certa forma, a percepção pública sobre o tema. Quais são os enquadramentos midiáticos dados ao consumo do crack e às implicações sociais da droga na cobertura televisiva feita pelo Jornal Nacional, da Rede Globo? O objetivo é compreender os enquadramentos fornecidos pelo telejornal acerca do consumo do crack, a partir da análise sobre o modo como esse noticiário organiza o conteúdo informativo. Foi aplicada a análise de conteúdo nas reportagens veiculadas no JN no período de 2012 a 2017 e nas entrevistas realizadas com os repórteres responsáveis pela cobertura. Identifiamos que o telejornal enquadrou o consumo do crack e as implicações sociais decorrentes do uso da droga como um problema de saúde pública e como um problema social crônico (em menor medida), por um lado; e, por outro, como um problema de segurança pública, em maior medida. A maneira como esse telejornal organiza e dá sentido à questão pode, potencialmente, inflir na formulação de políticas públicas, assim como na maneira como a sociedade interpreta o assunto e dá signifiado ao quadro social do fenômeno do consumo do crack.
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